Quais são os limites para o compartilhamento de dados nas redes sociais
Há poucos dias o mundo soube por meio da imprensa sobre
uma operação da Cambridge Analytica que, depois de realizar um teste de
personalidade via Facebook, reuniu informações de mais de 270 mil usuários e
seus contatos para criar uma base com detalhes sobre aproximadamente 50 milhões
de pessoas e usa-la para campanhas eleitorais. Isso causou ao Facebook uma
desvalorização de US$49,6 bilhões na bolsa de valores em apenas dois dias.
Muitas pessoas se assustaram ao descobrir que reunir tais
dados é algo comum às redes sociais e feito de acordo com o regulamento de uso.
Ou seja, os usuários aceitaram que isso acontecesse quando - com ou sem
conhecimento – concordaram com os termos e condições e, assim, forneceram
acesso às suas informações. Além disso, muitas pessoas alegavam não ter
conhecimento que esses dados poderiam ser transferidos para outras empresas
para fins diversos.
Independentemente do destino dado pela empresa de
pesquisa, o dado inicial, disponível nas contas do Facebook, é passível de
utilização por terceiros, de acordo com cláusula de propriedade intelectual. Em
relação ao conteúdo com direitos de propriedade intelectual, como fotos e
vídeos, a rede social solicita em seus termos de adesão que o usuário conceda
licença não exclusiva e transferível, com a possibilidade de ser inclusive
outorgada a terceiros, isenta de direitos autorais e aplicável globalmente para
usar qualquer conteúdo de propriedade intelectual que forem postados no
Facebook ou em conexão com Facebook. A licença termina ao excluir o conteúdo ou
a conta, a menos que o conteúdo tenha sido compartilhado com terceiros e eles
não tenham sido removidos por estas pessoas.
No que diz respeito à manutenção de informações por parte
dos aplicativos, a rede social explica em seus termos que um aplicativo
terceiro “pode pedir permissão para acessar seu conteúdo e informações, bem
como o conteúdo e as informações que outras pessoas compartilharam com você”. O
que significa que, ao assinar o serviço do Facebook, o usuário concede a
permissão para a utilização de seu nome, imagem de perfil, conteúdo e outras
informações.
Tudo isso parece bastante assustador para um usuário
comum e desavisado. No entanto, é importante saber que redes sociais como o
Facebook e outras sempre deixam claro em seus termos que, quando o usuário
seleciona um público específico para seu conteúdo ou informação, essa escolha
será respeitada. Portanto, ao entrar nas configurações do aplicativo e adequar
suas preferências de privacidade, isso protegerá a maior parte de suas
informações pessoais.
Para evitar situações desconfortáveis, é fundamental e
imprescindível primeiramente a informação. Os usuários precisam ter
conhecimento dos termos e condições que estão aceitando ao usar qualquer
aplicativo ou enviar informações pessoais em uma rede social. A ideia não é se
tornar paranoico, mas simplesmente estar ciente do que acontece com a
informação e agir em conformidade. Os usuários devem saber onde eles compartilham
dados e quais permitem que sejam expostos.
A questão é ser inteligente na utilização das mídias
sociais, optando por configurações de privacidade que protejam suas informações
de terceiros e também estar sempre ciente de termos e condições de cada uma das
contas que possui, para assim evitar surpresas desagradáveis.
Fonte:http://www.administradores.com.br/
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