5 características de um profissional inovador
Inovar não é o papel apenas de empresas como um todo, mas também dos
profissionais que participam dessas empresas. Funcionários inovadores, além de
gozarem de boa reputação no mercado, tendem a ter melhores salários e a
conseguir melhores posições -- inclusive na liderança. Ser um profissional
inovador depende, em parte, do nível de conhecimento e acesso a informações,
mas também requer postura e atitude.
Para o professor de marketing e vendas e CEO da Doxa Advisers Enio
Klein, é importante estabelecer conceitualmente o que é ser inovador.
"Inovar é utilizar conceitos existentes, que funcionam em ambientes já
conhecidos, de forma que eles jamais foram usados antes e que levam a novos
resultados", explica.
"A visão de inovação não necessariamente tem um
propósito apenas de descoberta de um novo serviço, processo ou tecnologia, mas
também de trazer valor a determinadas circunstâncias, como o modo de realizar
um processo de maneira diferente dentro de um setor de uma empresa, trazendo
ganhos de eficiência operacional", exemplifica o diretor da Orbitall,
Bráulio Lalau.
Para Klein, a
inovação não é uma qualidade inata do profissional, mas uma prática que ele
pode exercer de acordo com o seu perfil e nível de conhecimento. O consultor
também enfatiza que não é preciso ser inovador para ser um ótimo profissional e
que a empresa também precisa de pessoas com outros perfis.
"Os rótulos são perigosos. As empresas precisam estimular o
aparecimento de profissionais que inovam, mas isso não pode ser uma exigência
para qualquer profissional em qualquer situação. O equilíbrio e diversidade em
qualquer circunstância são sempre as melhores práticas.", afirma Klein.
"As pessoas que são essencialmente inovadoras são muito visionárias
e sonhadoras, mas geralmente precisam estar próximas de pessoas que são mais
planejadoras, executoras e realizadoras", ressalta a consultora e
sócia-proprietária da ConsultaRH Alessandra Fonseca, que defende a formação de
equipes multidisciplinares.
Qual o diferencial?
Profissionais que praticam a inovação têm mais chances de assumir cargos
de liderança nas empresas e são cobiçados no mercado por empresas de ponta.
"No ambiente organizacional, as pessoas inovadoras convivem melhor com
mudanças rápidas e estão mais capacitadas a inovar e solucionar problemas"
lembra Fonseca.
As empresas, por sua vez, dependem da inovação para se diferenciarem da
concorrência no mercado. Contratar, portanto, profissionais abertos à inovação
é vital para os negócios. "Trabalhar com inovação é permitir acessar
estímulos diferentes sem criticidade, sem o primeiro julgamento, sem avaliar se
pode ou não dar certo", destaca.
Em geral, profissionais com atitudes mais inovadoras têm boa formação
acadêmica e são bem informados, o que indica que houve um custo alto em seu
desenvolvimento profissional. Têm visão multicultural e conhecimento amplo de
mundo.
Ao mesmo tempo, eles sabem resolver problemas práticos e têm uma
mentalidade pró-mercado, com ênfase na entrega de resultados. É uma combinação
incomum e valorizada; mas esses profissionais também são movidos por outras
motivações além do salário e dos benefícios, como a busca do propósito no
trabalho.
As 5 principais características
"A atitude inovadora é uma mistura de conhecimento prévio, disposição
a aprender, disposição ao risco e muita iniciativa. É por isso que
empreendedores de sucesso normalmente são profissionais que inovam",
detalha Enio Klein.
O consultor afirma também que não existe um perfil único e acabado de
inovador. "Existem perfis mais favoráveis a inovação, como já mencionei.
Algumas [características] o profissional tem. Outras, ele pode desenvolver. Há
aquelas, contudo, em que o profissional precisará aprender a conviver se quiser
praticar a inovação", enfatiza.
Confira abaixo as principais competências que os especialistas destacam
entre os profissionais com atitudes inovadoras.
1.
Proatividade
É a principal característica. A inovação está relacionada à resolução
criativa de problemas, portanto é necessário existir a disposição para tal.
Para Bráulio, o profissional pensa da seguinte maneira: "se você esperar
sentado um convite para criar algo, é provável que alguém crie antes de
você".
2.
Ser questionador
Ter um diploma não é garantia. Um profissional inovador deve enxergar
novas soluções para os problemas diante dele e buscar novos aprendizados para
desenvolver tais soluções. "Inovar não é só aparecer com algo que nunca
foi visto. É pensar em uma solução nova para atender a uma demanda
antiga", defende Bráulio.
Para Fonseca, a curiosidade é uma marca da atitude inovadora.
"Esses profissionais têm espírito questionador e especulativo, além de
interesses variados", conta.
3.
Nunca desistir no primeiro fracasso
A inovação é fruto de tentativas e erros, algo que nem todos os
profissionais ou empresas estão dispostos a aceitar. É difícil persistir diante
do fracasso, principalmente quando dinheiro e trabalho foram investidos em algo
que não deu certo. Por isso, uma das características mais importantes em um
profissional inovador é a resiliência.
4.
Aceitar que não sabe de tudo
Definir os próprios limites é o ponto de partida para quem quer praticar
a inovação. Ninguém sabe de tudo, mas quem pensa saber perde a oportunidade de
fazer perguntas. "A melhor maneira de promover a inovação e desenvolver
esse potencial é se questionar. A pergunta mais poderosa nesse processo é
"E se...?" ou "Existe uma maneira mais eficiente, mais rápida,
melhor de executar essa tarefa?", ou ainda "Existe uma forma de não
fazer?", explica Fonseca.
5.
Saber compartilhar conhecimentos
O trabalho em equipe não é questão de escolha para nenhum profissional,
mas os inovadores devem saber tirar o máximo proveito dele. Essa capacidade
requer competências de inteligência emocional, que não são fáceis de
desenvolver. "Qualquer criação ou mudança, da mais inusitada à mais
trivial, é fruto de um esforço conjunto. Se você pretende ser um profissional
inovador, melhore suas habilidades de trabalho em equipe", defende
Bráulio.
Como desenvolver habilidades de inovação?
Essa tarefa é tanto do profissional quanto da empresa, uma vez que há
interesse de ambos os lados. Klein explica que "empresas devem ter o papel
de incentivar que os profissionais inovadores apareçam", o que implica em
uma cultura voltada para a inovação. "O estímulo a inovação é a primeira
principal ferramenta para que os profissionais com perfil inovador apareçam e
possam se desenvolver", detalha.
Para Alessandra Fonseca, a empresa pode estimular seus colaboradores a
terem um 'mindset' mais inovador, "capacitando líderes e gestores para que
propiciem um ambiente que permita o potencial criativo, não ridicularizem novas
ideias, questionem e ajudem a encontrar novas maneiras de fazer a mesma tarefa
e a melhorar os processos visando torná-los mais eficientes".
O profissional, por sua vez, deve investir em capacitação e no
aperfeiçoamento pessoal e profissional. Algumas das características que
propiciam a inovação são desenvolvidas ao longo do tempo, outras são quase
inatas, mas todas podem ser aprendidas.
"Minha dica é que os profissionais não esperem que a organização
traga esse desenvolvimento inovador, sejam proativos e busquem esse estímulo
por si próprio e quando esse movimento chegar a sua área de atuação, o
colaborador já estará apto", conclui Bráulio.
Fonte:http://www.administradores.com.br/
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