Dia da Mulher: como superar a desigualdade salarial no mercado de trabalho?
Um levantamento feito pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - aponta que o salário das mulheres equivale a 76% do dos homens, o
que representa 24% menos. Se levarmos em consideração os salários em middle e
top management (média e alta gerência), as mulheres chegam a receber 32% a
menos. Em outro estudo, dessa vez realizado em 2016, pelo Fórum Econômico Mundial,
analisando a paridade de sexos no mundo, o Brasil ocupa a 79º posição entre 144
países.
A Islândia lidera a classificação de países com maior igualdade
salarial. Lá os homens ganham cerca de 13% a mais do que as mulheres. A fim de
reduzir de vez essa disparidade, em janeiro desse ano, o país nórdico tornou
obrigatória a igualdade salarial. A nova lei exige que todas as empresas e
instituições com mais de 25 funcionários obtenham certificado de pagamento
igualitário.
No Brasil, ainda temos um longo caminho a ser percorrido. Existe um fato
que agrava as diferenças salariais e, de certa forma, ajuda a explicá-la. As
mulheres, quando recebem uma proposta profissional, não costumam negociar o
salário. Elas tendem a ser muito passivas e pouco incisivas durante a
negociação. Normalmente, elas buscam maiores vantagens dentro dos benefícios e,
quando estão argumentando pela remuneração, assumem um tom de pedido e não
imposição. Enquanto isso, os homens demonstram mais confiança e são mais
“agressivos” na hora de negociar. Eles recusam as propostas quando não
concordam com os salários e pedem para negociar diretamente com quem está
contratando.
Acho extremamente importante olharmos para essa diferença e empoderarmos
as mulheres para negociarem melhor suas posições, cargos e salários. Eu percebo
que a falta de confiança e a posição de passividade foi imposta ao longo de
muitos anos sobre as mulheres e, essa característica tem afetado - e muito - a
folha de pagamento das mesmas.
Existem várias ações possíveis para reduzirmos essa diferença. A
primeira, mais difícil e importante, é lutarmos contra a essa difícil questão
social institucionalizada, conhecida como machismo. Buscar por igualdade em
todos os âmbitos sociais irá, consequentemente, trazer essa equidade para dentro
das empresas.
Falando especificamente sobre as relações de trabalho, acho importante
lutarmos por medidas e políticas empresarias mais inclusivas para a mulher. A
formação de equipes com maior diversidade de gênero não só contribui para
oxigenação das ideias como também insere a mulher em mercados onde ainda vemos
poucas profissionais.
É claro que políticas empresariais no papel não irão mudar o mundo, mas é
a porta de entrada para uma mudança de mindset. Uma política importante de ser
modificada é a licença paternidade com o mesmo período da licença maternidade.
Muitas mulheres acabam sendo prejudicadas quando decidem engravidar, por
saberem que a responsabilidade sobre o filho irá recair muito mais sobre os
ombros delas. Equipararmos as responsabilidades e o período de licença é um
grande passo rumo ao mesmos direitos no mercado de trabalho.
Apesar de serem ações importantes, o que realmente fará a diferença é o
empoderamento feminino. As mulheres precisam acreditar no seu potencial,
valorizar mais suas qualidades e verdadeiramente lutarem pelos seus direitos.
Elas precisam aprender a negociar com mais entusiasmo e confiança, seja na hora
de pedirem maiores salários, defenderem suas ideias e ou se posicionarem
enquanto profissionais. Certamente, ainda temos um longo caminho pela frente,
mas a boa notícia é que, com uma boa dose de confiança, reduziremos
gradativamente essa diferença.
Fonte:http://www.administradores.com.br/
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