Exportação de milho é esperança para elevar preço do grão no Brasil
As
exportações de milho do Brasil seguem com ritmo acelerado, depois do
crescimento já registrado em julho(quando foram embarcadas cerca de 100% a mais
de milho que em 2016). Só em nove dias úteis, a quantidade total
exportada ficou em 1,766 milhão de toneladas, de acordo com dados do
Ministério da Indústria, Comércio e Serviços.
O volume de milho enviado para o exterior
significa alta de 77,4% na comparação com a quantidade média exportada em julho
deste ano e elevação de 76% na comparação com a quantidade embarcada em agosto
de 2016.
De acordo com o analista de mercado, Paulo
Molinari, o aquecimento das exportações vai ajudar a reduzir o excesso de milho
no mercado brasileiro, mas o impacto nos preços é limitado.
“No mês de julho embarcamos mais de 3 milhões de
toneladas, em agosto vai fechar com pouco mais de 5 milhões de toneladas e
setembro vai repetir o volume de 5 milhões de toneladas. A preocupação é com o
que vem depois das exportações. Os embarques foram sustentados pelos leilões do
governo com PEP e PEPRO mas eles terminam em agosto. Não há recursos novos para
leilões. Então a partir de setembro o mercado volta a praticar os preços
normais do mercado sem os leilões do governo”, explicou.
Para o consultor, a grande preocupação é com
o que ocorre depois de outubro. “O mercado brasileiro precisa vender, pois
se não vender não sai e se não sai fica acumulado no mercado interno”, disse.
O acúmulo de milho é fruto da safra recorde de 97,19
milhões de toneladas, estimada pela Conab. Até agora, o Brasil já colheu quase
90% da segunda safra. Os preços, em algumas regiões, estão saindo pela metade
do que era vendido em 2016. Em Cascavel (PR) está sendo negociado ao redor de
R$ 20 quando na mesma época do ano passado valia R$ 45. A pressão nas
cotações é sentida também com dados de que 83% da colheita foi finalizada na
região centro-sul do país, de acordo com levantamento da Agência Rural o
percentual está acima da média de 74% dos últimos 4 anos.
Se de um lado o tamanho da safra e o avanço da colheita
pesam, de outro o ritmo das exportações e a alta do dólar podem ser aliados do
produtor rural para preços mais valorizados. Nesta segunda-feira a moeda
encerrou a R$ 3,20 o maior valor em um mês. Os ganhos do dólar ajudam a
tornar o produto brasileiro mais competitivo, já que ele fica mais barato para
o comprador.
Lá fora, a notícia foi de melhora nas lavouras
norte-americanas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)
divulgou dados sobre as condições das lavouras de milho. Segundo o USDA, até 13
de agosto, 62% estavam entre boas e excelentes condições, percentual que mostra
melhora das lavouras já que está acima do registrado na semana anterior que foi
de 60%. Em situação regular há 26%, uma leve diminuição em relação ao relatório
anterior que apontou 27%. Em condições ruins ou muito ruins há 12%,
quantidade menor do que na semana passada quando havia 13%.
Fonte:http://blogs.canalrural.com.br/
Comentários
Postar um comentário