Atenção é motivo de disputa no mercado atual
Conseguir a
atenção das pessoas num mercado tão competitivo como o atual, acrescido da
multiplicidade de meios virtuais disponíveis, é um novo desafio que se amplia
diariamente.
Estas exigências já vem sendo sentidas por
publicitários, formadores de opinião, governantes, animadores, jornalistas,
professores, palestrantes, religiosos, escritores... e tantas outras profissões
que dependem da comunicação para atingir seu público e obter resultados.
A ficção compete com a realidade. O noticiário
semanal deve ir além do que foi veiculado no dia-a-dia. E, até mesmo o diário,
poderá estar ultrapassado, pela instantaneidade das mídias virtuais.
Segundo Thomas Davenport, em seu livro “A economia
da atenção”, hoje em dia, atenção é a verdadeira moeda de negócios, e entre
indivíduos. Embora seja muito difícil atribuir um valor monetário à
atenção, ela vem se tornando um artigo de luxo.
Pesquisas atualizadas, recentemente, indicam que
durante muito tempo foi aceito que as pessoas mantivessem sua atenção, durante
45 ou 50 minutos em uma aula, ou palestra. Mas, estudos bem mais atuais vêm
mostrando que, após 10 ou 20 minutos, os níveis de atenção caem perigosamente,
a ponto de comprometer o entendimento do que está sendo exposto.
Segundo Eric Schmidt, presidente do Conselho do
Google, “o mesmo volume de informação produzida entre o início da civilização e
o ano de 2003, considerando o marco zero da era digital, passou a ser criado, e
difundido, a cada dois dias”.
Em outubro de 2014, o número de sites na web,
ultrapassou um bilhão. E isto impressiona mais ainda se considerarmos que o
primeiro deles foi criado em 1991, pelo britânico Tim Berners-Lee.
Ao falarmos da atenção na perspectiva de um
“produto”, ou valor econômico, vale destacar que atenção não pode ser
acumulada, como ouro, petróleo, jóia, eletro-doméstico ou qualquer outro bem
físico. Mas ela já começa a ser olhada na dimensão do que tem sido chamado de
“capitalismo mental”.
Para o escritor americano Richard Lanham, autor do
livro “A economia da atenção: Estilo e substância na era da informação”, “no
futuro, as profissões ligadas às artes e às humanidades, serão mais valorizadas
que carreiras como as de cientistas, programadores, economistas ou engenheiros.
A criação intelectual será preponderante na definição de valor, e as pessoas
serão reconhecidas de acordo com seu ‘capital de atenção’”.
Para Nicholas Carr, outro autor americano, do livro
“A geração superficial: O que a Internet está fazendo com nossos
cérebros”, “ao nos inundar de informação, a internet começou a afetar a
configuração do cérebro, impedindo raciocínios longos e dificultando o poder de
concentração”.
Já para o neurologista Paulo Breinis, existe muito
exagero em todas estas conclusões. Para ele os níveis de atenção variam. Ele
distingue a capacidade de dar atenção a algo de que se gosta, daquilo que não
nos agrada ou satisfaz.
Para a professora da PUC/SP, Neide Noffs, “o mais
importante é descobrir como cada indivíduo aprende, e oferecer uma diversidade
de estímulos, inclusive a leitura”.
Entre as conclusões sobre o que tem sido também
chamada de “atenção seletiva”, cada pessoa será capaz de descobrir quais temas
mais lhe interessam, e aos quais vai dedicar mais atenção, sem comprometer a
integridade do conhecimento.
Até as atividades religiosas já procuram se adaptar
a esta diversidade de atenções. As missas católicas, nos Estados Unidos, já
foram reduzidas para 45 minutos, e os pastores protestantes encurtaram seus
sermões para, no máximo, 30 minutos.
Enfim, não importa qual seja sua profissão, pois
mesmo nos papéis mais domésticos de cônjuge, pais, avós, tutor ou familiar,
este novo desafio exige conseguir “atenção”, para ser atendido.
Eis aqui mais um conjunto de provocações para todos
nós que convivemos em sociedade. E ainda mais se queremos ser percebidos.
Fonte:www.administradores.com.br/
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