Safra brasileira de grãos deve alcançar 288,2 milhões de toneladas em 10 anos
A
produção brasileira de grãos deverá chegar a 288,2 milhões de toneladas nos
próximos 10 anos, um acréscimo de 51 milhões de t em relação à atual safra
(2016/2017), de 237,2 milhões, o que representa um incremento de 21,5%. Milho e
soja continuarão puxando a expansão dos grãos até 2026/27. A previsão de
crescimento da área plantada de todas as lavouras (grãos e culturas
permanentes) é de 13,5%, saindo de 74 milhões de hectares para 84 milhões de
hectares. Já área de grãos deve aumentar 17,3% neste período.
As estimativas fazem parte do estudo de projeção da produção
agropecuária brasileira para a próxima década, divulgado pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Mapa) nesta sexta-feira (21). A pesquisa envolve 29 produtos,
como grãos, carnes (bovina, suína e aves), leite, frutas, fumo, celulose, papel
e outros.
De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises da
Secretaria de Política Agrícola do
Mapa, José Garcia Gasques, o crescimento da produção
agrícola no Brasil continuará sendo impulsionado pela produtividade no campo,
pelo aumento do consumo do mercado interno e pela expansão das exportações.
O crescimento com base na produtividade deverá ocorrer nas novas
regiões agrícolas do Brasil, no Norte e no Centro-Nordeste. O estudo, segundo
Gasques, aponta que os investimentos em infraestrutura e logística nessas
regiões têm dado segurança para o novo cenário agropecuário.
Produtos mais dinâmicos
Os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser
algodão em pluma, milho, carne suína, carne de frango, soja grão. Entre as
frutas, os destaques são manga, uva e melão.
A expansão de 13,5% na área plantada de lavouras no país está
concentrada em soja (+9,3 milhões de hectares), cana-de-açúcar (+1,9 milhão) e
milho (+1,3 milhão). Entretanto, segundo Gasques, algumas lavouras, como café,
arroz e feijão, devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de
produtividade.
Ainda conforme publicação do Mapa e da Embrapa, a expansão de
área de soja e cana-de-açúcar deverá ocorrer pela incorporação de áreas novas,
de pastagens naturais e também pela substituição de outras lavouras que deverão
ceder espaço.
A produção de carnes (bovina, suína e aves), entre 2016/17 e
2026/27, deverá aumentar em 7,5 milhões de toneladas, com acréscimo de 28% em
relação à produção de carnes de 2016/2017. As carnes de frango (33,4%) e suína
(28,6%) devem apresentar maior crescimento nos próximos anos. A produção de
carne bovina deve aumentar 20,5% entre o ano base e o final das projeções.
Em 2026/27, 40% da produção de soja serão destinados ao mercado
interno. A produção de milho (+55,5%) e de café (+45%) também deve ser
consumida internamente. “Haverá, assim, dupla pressão sobre o aumento da
produção nacional, devida ao crescimento do mercado interno e das exportações
do país”, observa Gasques.
Projeções regionais
As projeções regionais indicam que os maiores aumentos de
produção e de área da cana-de-açúcar devem ocorrer em Mato Grosso do Sul,
Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, embora estes três últimos sejam ainda
estados de produção pequena da cultura. Mas São Paulo, como maior produtor
nacional, também projeta expansões elevadas de produção e de área do produto.
Os estados da Bahia e Tocantins devem liderar o crescimento da
produção de milho nos próximos anos. Entre os grandes produtores, Mato Grosso
deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país, com
aumentos previstos de 41,4% e 34,1%, respectivamente. O acréscimo da produção
de milho deve ocorrer especialmente pela expansão da segunda safra.
A soja deve apresentar forte expansão em estados do Norte,
especialmente no Pará e em Rondônia. “Contribuem para isso a atração que a
cultura apresenta e a abertura de novos modais de transporte nos próximos
anos”, projeta o coordenador-geral de Estudos e Análises.
Gasques pondera que um dos fatores de incerteza são as mudanças
climáticas. Segundo a Embrapa, algumas lavouras, como café, feijão e laranja,
podem ter redução de produção e produtividade devido ao abortamento das flores,
ocorrido com as mudanças climáticas.
Fonte:www.noticiasagricolas.com.br
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