Novo relator da reforma política propõe fim do voto obrigatório
O
deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) apresentou seu relatório final da reforma
política aos líderes da Câmara (Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo)
O novo relator dos projetos
da reforma política, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresentou nesta
terça-feira (26) as propostas de mudanças no sistema político e eleitoral que
deverão ser votadas, a partir desta tarde, no plenário da Câmara. As propostas
de Maia – que presidia a comissão especial cancelada nesta segunda-feira (25) por
decisão dos líderes partidários – preveem, entre outros pontos, o fim do voto
obrigatório, a adoção do "distritão" como sistema eleitoral e a
manutenção do financiamento público e privado de campanhas eleitorais.
No distritão, são eleitos os
candidatos mais votados em cada estado ou município, sem levar em conta os
votos para o partido ou a coligação. Hoje, vigora no país o sistema
proporcional, que considera a soma dos votos em todos os candidatos do partido
ou coligação e também os votos na legenda. Por essa conta, mesmo candidatos
pouco votados conseguem se eleger se estiverem dentro de coligações.
O deputado do DEM fez
diversas alterações em relação ao parecer do relator anterior, deputado Marcelo
Castro (PMDB-PI). O texto do peemedebista acabou não sendo votado na comissão
especial depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
criticou publicamente o texto elaborado pelo colega de partido.
Em vez da duração de cinco
anos para os mandatos de todos os cargos eletivos, conforme havia proposto
Marcelo Castro, o novo relator manteve os atuais quatro anos. O texto de
Rodrigo Maia não menciona o prazo de duração dos mandatos de senador, um dos
pontos do projeto anterior que gerou divergência com o presidente da Casa.
Castro defendia que o mandato
dos senadores tivesse a mesma duração que ele havia proposto para os demais
cargos eletivos: cinco anos. Pressionado pelo PMDB, o antigo relator chegou a
elevar em seu texto o prazo para dez anos, mas, menos de 24 horas depois,
se arrependeu e voltou a defender que os mandatos no Senado durassem cinco
anos.
A alteração no relatório
deflagrou uma crise entre Marcelo Castro e Eduardo Cunha. Contrariado, o
presidente da Câmara, desde então,
passou a defender que a reforma política fosse votada diretamente no plenário
da Casa, em vez de ser analisada pela comissão especial.
No relatório apresentado
nesta terça, Rodrigo Maia manteve a proposta do antigo relator que sugeria a
coincidência das eleições para presidente, governadores, senadores, deputados,
prefeitos e vereadores no mesmo ano a partir de 2022. O parlamentar do DEM,
entretanto, propôs em seu parecer que os mandatos de prefeitos e vereadores
eleitos em 2020 sejam de apenas dois anos. Castro defendia que os eleitos em
2016 ficassem seis anos nos cargos eletivos.
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analisaria vetos de Dilma
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diretamente no plenário da CâmaraCláusula de barreira
Rodrigo Maia também flexibilizou a cláusula de barreira. Se seu relatório for aprovado pela Câmara e pelo Senado, terão direito aos recursos do fundo partidário e à propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV somente os partidos que tenham eleito, pelo menos, um representante para qualquer uma das duas casas legislativas do Congresso Nacional.
Antes, Castro defendia que só
teriam acesso aos benefícios as legendas que obtivessem, no mínimo, 2% dos
votos para a Câmara dos Deputados, distribuídos em, pelo menos, um terço das
unidades da federação, com um mínimo de 1% do total de cada uma delas.
No relatório, Maia também
altera a data da posse do presidente da República, que, atualmente, ocorre no
dia 1º de janeiro, para o primeiro dia útil do mês de janeiro.
Fonte:G1.globo.com
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