ESPECIALISTAS PREVEEM MAIOR COOPERAÇÃO ENTRE OS PAÍSES DOS BRICS
China, Índia, Rússia e África do Sul, que compõem os Brics juntamente com o Brasil, olham para o grupo como um clube estratégico para o equilíbrio da governança global no futuro. Especialistas dos quatro países, presentes nesta terça-feira na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), falaram sobre a perspectiva de maior cooperação e integração entre os membros do grupo em questões internacionais.
Alinhada com a China em muitas questões no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a Rússia, por exemplo, tem tensões em outras áreas com a potência oriental. No entanto, a discussão dentro dos Brics sobre interesses geopolíticos entre seus integrantes abre uma perspectiva de multipolaridade na ordem mundial que interessa aos russos, de acordo com Fyodor Lukyannov, jornalista e professor russo. De acordo com ele, apesar das diferenças geográficas, históricas e de interesses geopolíticos com os membros do grupo, a Rússia deseja entrar em um novo arranjo de forças no cenário internacional. “Na semana antes de sua eleição, o presidente Putin escreveu um artigo em que falava bem do Brics. É estratégico para o país balancear o poder norte-americano e europeu, que não está dando respostas aos desafios globais. A visão do meu país é que o mundo vai funcionar através da multipolaridade no futuro”, disse.
Maior economia do grupo, a China também está voltando mais a atenção a essa nova forma de atuar no cenário internacional, segundo o professor da Universidade de Renmin Jin Canrong. Primeiramente, questões econômicas como aumento do comércio e defesa de um novo sistema cambial no mundo levaram o país a se aproximar de Brasil, Rússia, Índia e, posteriormente, África do Sul. Agora, há mais espaço para alinhamentos políticos, como a defesa do aumento do número de países com influência nos organismos multilaterais. A diferença de interesses e diversidade entre os integrantes do grupo, no entanto, não deixou de ser notada por Canrong. “Não há nada em comum entre os países, a não ser a ambição.”
Varun Sahni, professor da Universidade de Nova Déli, vê o grupo com grande potencial para uma força substancial no futuro. Mas ele acredita que o sucesso dependerá mais da solução das contradições internas do que de influencias externas. “O BRIC é uma estratégia futura, de um grupo afinado de Estados. Há uma clara divisão de interesses entre Brasil e África do Sul de um lado e de Rússia e China de outro, por exemplo. O ponto crítico é como o grupo vai resolver e dar vazão às demandas de cada país”, afirmou.
A diferença de interesses se mostra no lado sul-africano, de acordo com a professora do Institutos de Relações Internacionais Sul-Africano Elizabeth Sidiropoulos. A entrada no grupo deu poder regional ao país, além de proporcionar mais facilidade de atração de investimento externo. “Ao mesmo tempo em que aumentou a presença dos países do Brics, caíram as relações comerciais com ingleses e norte-americanos. Isso é um dos pontos principais da estratégia sul-sul que a África do Sul procura.”
Alinhada com a China em muitas questões no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a Rússia, por exemplo, tem tensões em outras áreas com a potência oriental. No entanto, a discussão dentro dos Brics sobre interesses geopolíticos entre seus integrantes abre uma perspectiva de multipolaridade na ordem mundial que interessa aos russos, de acordo com Fyodor Lukyannov, jornalista e professor russo. De acordo com ele, apesar das diferenças geográficas, históricas e de interesses geopolíticos com os membros do grupo, a Rússia deseja entrar em um novo arranjo de forças no cenário internacional. “Na semana antes de sua eleição, o presidente Putin escreveu um artigo em que falava bem do Brics. É estratégico para o país balancear o poder norte-americano e europeu, que não está dando respostas aos desafios globais. A visão do meu país é que o mundo vai funcionar através da multipolaridade no futuro”, disse.
Maior economia do grupo, a China também está voltando mais a atenção a essa nova forma de atuar no cenário internacional, segundo o professor da Universidade de Renmin Jin Canrong. Primeiramente, questões econômicas como aumento do comércio e defesa de um novo sistema cambial no mundo levaram o país a se aproximar de Brasil, Rússia, Índia e, posteriormente, África do Sul. Agora, há mais espaço para alinhamentos políticos, como a defesa do aumento do número de países com influência nos organismos multilaterais. A diferença de interesses e diversidade entre os integrantes do grupo, no entanto, não deixou de ser notada por Canrong. “Não há nada em comum entre os países, a não ser a ambição.”
Varun Sahni, professor da Universidade de Nova Déli, vê o grupo com grande potencial para uma força substancial no futuro. Mas ele acredita que o sucesso dependerá mais da solução das contradições internas do que de influencias externas. “O BRIC é uma estratégia futura, de um grupo afinado de Estados. Há uma clara divisão de interesses entre Brasil e África do Sul de um lado e de Rússia e China de outro, por exemplo. O ponto crítico é como o grupo vai resolver e dar vazão às demandas de cada país”, afirmou.
A diferença de interesses se mostra no lado sul-africano, de acordo com a professora do Institutos de Relações Internacionais Sul-Africano Elizabeth Sidiropoulos. A entrada no grupo deu poder regional ao país, além de proporcionar mais facilidade de atração de investimento externo. “Ao mesmo tempo em que aumentou a presença dos países do Brics, caíram as relações comerciais com ingleses e norte-americanos. Isso é um dos pontos principais da estratégia sul-sul que a África do Sul procura.”
Fonte: Valor Econômico
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