Para que se tenha ideia, apenas no mês de julho, chegaram ao corredor de exportação 1.760 vagões, contendo 55 toneladas cada um, o que totaliza 96,8 mil toneladas. Os números de julho representam um aumento de 6.940% no comparativo com o mês de julho de 2016, quando foram descarregados apenas 20 vagões pelo modal ferroviário, contendo 1,1 mil toneladas.
“As ferrovias são estratégicas para o escoamento da produção agrícola do Paraná e de outros estados que exportam grãos pelo terminal portuário paranaense”, afirma o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.
Já o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) recebeu, entre os meses de janeiro e julho de 2017, 24.334 TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) por ferrovia.
O diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, conta que o aumento se deve a uma nova dinâmica na programação de descarga no Corredor de Exportação e no TCP, que passou a priorizar a ferrovia.
“Investimentos que totalizam mais de R$600 milhões e incluem a compra de equipamentos como os novos tombadores de caminhões, nos permitiram mudar a dinâmica de recebimento de cargas pelo modal ferroviário, apostando cada vez mais na intermodalidade”, afirmou Dividino.
DESCARGA - O corredor de exportação do Porto de Paranaguá e o silo público contam com duas moegas para descarga via ferrovia. Uma delas é exclusiva para vagões e a outra atua de maneira alternada entre a descarga via modal ferroviário e rodoviário.
No entanto, com a aquisição dos novos tombadores - o que ampliou a descarga de caminhões de 400 para 700 por dia no silo público do porto - a diretoria da Appa passou a priorizar uma das moegas para a descarga de vagões.
Com isso, atualmente, o Porto de Paranaguá - com capacidade para descarga de 32 milhões de toneladas/ano, o que equivale a 1785 vagões por dia ou 89.250 toneladas/dia - encontra-se preparado para uma nova alternativa ferroviária.
Atualmente Paranaguá conta com 70 quilômetros de linhas férreas, sendo 7,5 quilômetros instalados no Corredor de Exportação do Porto.
NOVO PROJETO - Para o presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araujo, o aumento da capacidade de recebimento de vagões demonstra que o Porto de Paranaguá está preparado para receber carga do projeto de expansão da ferrovia entre Cascavel e Dourados, no Mato Grosso do Sul, assim como a construção do novo trecho entre Guarapuava e Paranaguá.
Segundo ele, chegam anualmente a Paranaguá 9 milhões de toneladas de grãos pelas ferrovias, mas que a capacidade de recebimento do Porto é muito maior.
“O Porto de Paranaguá movimenta anualmente 45 milhões de toneladas de produtos por ano, sendo que apenas 20% deste total chega por ferrovia. O Porto de Santos, por exemplo, recebe 40% da sua carga por vagões”, explica Araujo. Segundo ele, este índice de 20% de cargas transportadas por vagões tem se mantido nos últimos anos e comprova o limite das ferrovias no Paraná.
Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apontam a capacidade ociosa e ocupada por trecho em cada ferrovia do país. No caso do Paraná, os dois maiores gargalos logísticos ferroviários estão entre Curitiba e Paranaguá e Guarapuava e Ponta Grossa.
“Vendo a necessidade de aumento do transporte ferroviário, a Secretaria de Infraestrutura e Logística, por meio da Ferroeste, está buscando estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para superar estes dois maiores gargalos logísticos do Paraná”, enfatiza.
Dividino destaca que, enquanto a produção agrícola faz uso de tecnologias de ponta e o Porto de Paranaguá investiu pesado em novos equipamentos e infraestrutura, a ferrovia que não foi modernizada. “A ferrovia que conecta a produção com o Porto de Paranaguá foi construída de 1885, por D. Pedro II. Precisamos de uma ferrovia com engenharia do século 21, produtiva e competitiva e com o modelo ambiental necessário”, defende Dividino.
Fonte:www.noticiasagricolas.com.br
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