Pular para o conteúdo principal

Como as ferramentas de gestão melhoram os resultados no campo, por Por Carlos Eduardo Dalto

O produtor rural tem se frustrado com os preços da soja. Ao plantar, a estimativa de preços era de alta e a saca girava entorno dos R$ 70 e poucos. Em alguns casos, acima de R$ 80,00. Agora, em plena safra, muitos se veem obrigados a vender parte da produção a preços abaixo de R$ 60,00 a saca, seja para honrar com os compromissos assumidos, seja pela dificuldade de armazenagem do grão.
É possível minimizar essas perdas? Ou os preços futuros continuam uma loteria?
Desde os anos 50 e 60, a economia tem buscado modelos matemáticos para ajudar a tomada de decisão, especialmente em relação a preços e valores futuros. A administração, não ficou atrás!
Os esforços de quem se debruça a entender os mecanismos que regem os mercados são muitos – dos modelos de previsão da variação do preço, aos que minimizam os riscos. Em termos do agronegócio, é fundamental que o produtor adote técnicas de gestão que reduzam o impacto da variação dos preços das commodities, já que não está sobre seu controle a precificação do seu produto. Elas podem garantir, além de melhores preços médios da safra, uma importante medida para minimizar a dependência de fatores externos e incontroláveis, especialmente no momento da comercialização do grão.
Um exemplo bem claro de uma dessas ferramentas é quando o produtor trava a venda de parte da sua produção lá no início, no momento da compra dos insumos – a modalidade de comercialização Barter.
Para ilustrar o quanto essa ferramenta pode conferir ganhos competitivos substanciais ao produtor, o exemplo desta safra é mais que suficiente. No momento em que muitos produtores fizeram suas compras de insumos, em 2016, as indústrias fornecedoras e trades ofertaram contratos de soja, valorizados, que chegavam até R$ 84,00 a saca. Hoje, o preço de venda está, em algumas regiões do país na faixa dos R$ 60,00. Uma diferença substancialmente alta que pode chegar a 30%.
Se o produtor tivesse firmado contrato de parte da sua produção, que represente o custeio, hoje estaria mais tranquilo e com fôlego financeiro para aguardar um momento mais propício e efetuar a venda da parte restante do grão. Uma alternativa que garantiria um preço médio muito mais atrativo e diminuiria o risco do negócio.
O produtor já tem consciência da importância de controlar seus custos, fazem planilhas de receitas e despesas, pechincham na hora de comprar seus insumos e racionalizam os recursos produtivos. A compreensão de que os meios de produção, como máquinas e equipamentos, reduzem os custos e melhoram a rentabilidade da fazenda está consolidada.
Agora, os novos desafios em campo é alcançar outros patamares em termos de gestão. Neste sentido, o BARTER, o gerenciamento estatístico da propriedade, o uso de sistemas de gestão para aprimoramento dos controles e resultados como o BIGDATA, as parcerias estratégicas com trades e fornecedores são as novas frentes que precisarão caminhar, lado a lado, aos moderníssimos pulverizadores de precisão, equipamentos computadorizados e variedades imunes às pragas e doenças. É a gestão estratégica que confere ganhos competitivos.

Fonte:www.noticiasagricolas.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BC vê inflação menor em 2017 e cenário de corte mais intenso na Selic

O Banco Central passou a ver inflação menor em 2017, ainda mais abaixo do centro da meta oficial, e também deixou claro que vai fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte dos juros básicos diante da desinflação mais difundida. "A consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom", informou BC nesta quinta-feira ao publicar seu Relatório Trimestral de Inflação. Desde que iniciou o ciclo de afrouxamento, em outubro do ano passado, o BC já reduziu a Selic em 2 pontos percentuais, aos atuais 12,25 por cento ao ano. Foram dois cortes iniciais de 0,25 ponto e depois dois de 0,75 ponto. "Essa 'intensificação moderada' sinaliza que ele (BC) provavelmente está pensando num c...

Frango: Exportação de maio avança sobre abril, mas continuam em queda na comparação anual

Os preços do frango vivo iniciaram a semana estáveis. Em São Paulo os preços permanecem inalterados em R$ 2,50/kg, há quinze dias. Nas praças mineiras a média das negociações com o animal vivo está em R$ 2,40/kg. "Há expectativa de retomada do movimento de alta na próxima semana, período que conta com maior apelo ao consumo. Além disso, é importante ressaltar que os custos de produção no decorrer deste ano seguem menos expressivos se comparado a 2016, portanto é possível ampliar as receitas mesmo com preços mais baixos no mercado”, diz o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Exportações As exportações de carne de frango 'in natura' na primeira semana de maio (cinco dias úteis) apresentaram ligeiro avanço em relação ao mês anterior. No acumulado do período foram embarcados 65,5 mil toneladas, com média diária de 16,4 mil/t. Esse resultado representa avanço de 0,4% frente ao mesmo período de março/16. Já em relação maio/16, as exportações ...

ENTRA EM VIGOR NOVO REGIME DE DRAWBACK INTEGRADO ISENÇÃO

   Entrou em vigor, nesta segunda-feira (21/2), a Portaria nº 8, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior (MDIC), que implementa o novo regime de Drawback Integrado Isenção. O objetivo é tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, incentivando as exportações.    O regime de Drawback consiste na desoneração de impostos sobre insumos vinculados à exportação de produtos acabados. A modalidade Drawback Integrado Isenção é aquela que permite a isenção ou redução a zero de impostos para a reposição de mercadoria equivalente à utilizada na industrialização de produto já exportado. A isenção alcança o Imposto de Importação (II), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a Contribuição para o PIS/PASEP, a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), a Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação.    Com as novas regras, a empr...