Pular para o conteúdo principal

Poupança é investimento mais seguro que o Tesouro Direto?

Quando se fala em segurança no investimento, a primeira aplicação que vem à mente de muito investidor é a poupança. Mas será que a poupança é realmente o investimento mais seguro que existe?
Não existe investimento sem risco, afirmam Alexandre Cabral, professor de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração); Clodoir Vieira, professor de Finanças do Centro Universitário Senac; Eric Trevisani, planejador financeiro da Trevisani Adviser e Mauro Calil, especialista em investimentos do Banco Ourinvest.
"A poupança tem garantias privadas, enquanto o Tesouro tem garantias públicas", afirma Calil. "Sendo assim, o Tesouro é mais seguro que a poupança, pois o governo tem a capacidade de aplicar impostos para cobrir suas despesas, enquanto o setor privado não pode se financiar desse modo", diz. 
Tesouro tem garantia do governo
Poupança é simples e rápida
Poupança é isenta de taxas e imposto

  • Até 180 dias: 22,5%
  • De 181 a 360 dias: 20%
  • De 361 a 720 dias: 17,5%
  • Acima de 720 dias: 15%


Em rentabilidade, Tesouro vence
O economista Mauro Calil fez uma projeção de rentabilidade para uma aplicação de R$ 1.000, considerando que a taxa de juros básica da economia seja mantida em 14,25% ao ano. Não foi considerada a variação da TR para o cálculo.
Poupança: R$ 1.030,00 (rentabilidade de 3%)
Tesouro Direto: R$ 1.055,60 (rentabilidade de 5,56%, já descontado o IR de 22,5%)
Poupança: R$ 1.061,70 (rentabilidade de 6,17%)
Tesouro Selic: R$ 1.114,00 (rentabilidade de 11,4%, já descontado o IR de 20%)
Poupança: R$ 1.127,20 (rendimento de 12,72%)
Tesouro direto: R$ 1.269,24 (rendimento de 26,92%, já descontado o IR de 15%)

A poupança é garantida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores. Ele permite recuperar os depósitos num banco em caso de quebra.
Essa garantia é de até R$ 250 mil por CPF, por banco. Esse valor inclui tudo: conta-corrente, poupança, CDBs, LCIs etc.
Assim, se alguém concentra todas as suas aplicações em um único banco, e ele quebra, só se consegue recuperar os R$ 250 mil. Se tiver mais que isso, é vantajoso separar os investimentos em outros bancos. Aí é esse limite por banco. Clique aqui para ver mais informações sobre o FGC.
Mauro Calil explica que, mesmo se o banco for público, a garantia também é privada. "E se um banco público quebrar, nada garante que o governo vai resolver, pois não há lei ou regulamentação que preveja tal situação de socorro", diz.
A garantia dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto é o Tesouro Nacional, ou seja, o governo. "É mais provável uma instituição privada quebrar do que o governo. Além disso, se o governo quebrar, isso também vai afetar as instituições privadas", diz Trevisani. 
Ele explica que se uma crise econômica depreciar todo o patrimônio público, nem a poupança nem o Tesouro estarão 100% seguros. "Ao comparar os investimentos não estamos falando sobre a qualidade da garantia, mas sim sobre o seu tamanho. Na poupança, a garantia é limitada a R$ 250 mil. No Tesouro, é sem limite", diz.
Comparando a poupança com o Tesouro Direto nos quesitos rentabilidade, liquidez (facilidade de transformar o investimento em dinheiro), simplicidade e incidência de taxas e impostos, a poupança se sai melhor em todos, menos na rentabilidade.
Quando se investe na poupança, é possível sacar o dinheiro no mesmo dia. No Tesouro Direto, o dinheiro é depositado no dia seguinte. 
Quem investe na poupança também não precisa se lembrar de reinvestir o dinheiro.  Uma vez depositado na caderneta, ele irá render sempre. "A poupança é imbatível quando se fala em liquidez e simplicidade", afirma Clodoir Vieira. 
O mesmo não acontece no Tesouro Direto. "O Tesouro é complicado; na verdade, ele não é direto, é indireto", diz Mauro Calil. Ao optar por esse investimento, é preciso procurar um banco ou corretora, escolher o tipo de título no qual quer investir, o prazo de vencimento, e também é preciso fazer novas compras quando o título vence.
"Não é que o Tesouro seja difícil, é a poupança que já está na cabeça das pessoas desde que elas usam fraldas", afirma Cabral.
A poupança não tem qualquer incidência de taxas ou impostos.
No Tesouro Direto, há incidência de Imposto de Renda em função do prazo da aplicação (quanto mais tempo o dinheiro fica investido, menor será a alíquota cobrada). Veja a tabela:
Se o dinheiro ficar investido por um prazo inferior a 30 dias, haverá também cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Também existem taxas de custódia e de serviços que são cobradas no Tesouro Direto. Para saber mais sobre essas taxas e o funcionamento do Tesouro Direto,clique neste link.
Quando se compara poupança com Tesouro Direto, o último vence na rentabilidade.
Em seis meses:
Em um ano:
Em dois anos e um dia:
"As pessoas precisam aprender que ganhar dinheiro dá trabalho. Sai muito caro eu escolher a comodidade da poupança em vez do Tesouro, porque isso significa perder dinheiro", diz Calil.

                                               Fonte:economia.uol.com.br

Comentários

  1. Olá,

    Eu estava lendo um dos seus artigos no site http://inovacaojunioruri.blogspot.com.br e achei esse artigo:
    http://inovacaojunioruri.blogspot.com.br/2016/06/poupanca-e-investimento-mais-seguro-que.html

    Notei que você linkou para um dos artigos que eu mais gosto sobre o tema:
    https://economia.uol.com.br/financas-pessoais/guias-financeiros/guia-como-aplicar-dinheiro-no-tesouro-direto.htm

    O Clube do Valor acabou de criar um artigo muito similar a esse!

    É como o artigo do Uol Economia, só que um pouco mais atualizado e completo. Veja aqui:
    https://clubedovalor.com.br/como-investir-no-tesouro-direto/

    Se você achar válido, eu ganharia o meu dia se você incluísse um link no seu artigo para o meu!

    Afinal, nós sabemos a importância desse assunto para as pessoas e, quanto mais informação a respeito, melhor.

    Continue o ótimo trabalho no seu site e também na sua vida.

    Forte Abraço,

    Felipe Seródio.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Trabalhar com o que ama ou com o que dá dinheiro?

Habitualmente, a resposta é a própria pergunta. Trabalhe com o que ama, usufruindo de suas vocações e o dinheiro será a consequência. Se você ama sua carreira, já tem metade do que precisa profissionalmente. E considerar: talento, vocação, propósitos e valores; capacitar-se; ter equilíbrio emocional; encontrar oportunidades, estar pronto para assumi-las e as valorizar: mais 50%. É um todo matemático que torna grande a probabilidade de dar certo (alcançar lucros e rentabilidade). Porém sabemos que não é fácil. E ao falarmos de partes, metades e conjuntos, devemos somar, subtrair e pesar certos pontos. Precisamos pensar além do "habitual". Sonhos e decepções Desde criança somos condicionados a imaginar "o que queremos ser quando crescer". Os anos passam. Nos descobrimos, somos contagiados por experiências, vivências e contaminados bombardeadamente por responsabilidades. Tão explosivas às vezes, que acabamos adiando, atrasando e até mesmo, perdendo nossos sonhos ...

BC vê inflação menor em 2017 e cenário de corte mais intenso na Selic

O Banco Central passou a ver inflação menor em 2017, ainda mais abaixo do centro da meta oficial, e também deixou claro que vai fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte dos juros básicos diante da desinflação mais difundida. "A consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom", informou BC nesta quinta-feira ao publicar seu Relatório Trimestral de Inflação. Desde que iniciou o ciclo de afrouxamento, em outubro do ano passado, o BC já reduziu a Selic em 2 pontos percentuais, aos atuais 12,25 por cento ao ano. Foram dois cortes iniciais de 0,25 ponto e depois dois de 0,75 ponto. "Essa 'intensificação moderada' sinaliza que ele (BC) provavelmente está pensando num c...

Saiba a diferença entre corretoras de investimentos e bancos

Quando pensamos em começar a investir, as primeiras dúvidas que surgem são:  Como faço isso? Qual o melhor caminho? Converso com a gerente do meu banco ou procuro uma corretora? Respondendo a primeira pergunta, para começar a investir, é preciso contar com ajuda de um intermediário, que nada mais é do que alguém que pegue o dinheiro e coloque nos investimentos escolhidos. Quem pode fazer isto é o próprio banco, ao qual já é correntista, ou as corretoras. Uma corretora de investimentos nada mais é do uma ferramenta que vai apresentar mais alternativas porque possuem habilidades necessárias para identificar e buscar no mercado financeiro as melhores opções. Depois de apresentá-las ao interessado, aplicam a quantia em um fundo escolhido. Essas consultorias funcionam basicamente da mesma forma que os bancos, respeitam as mesmas regras, mas oferecem apenas produtos de investimentos, ou seja, não oferecem conta corrente, produtos de crédito, financiamento e etc. Começar a ...