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Grécia vive o primeiro dia de feriado bancário antes de possível calote

O transporte público será gratuito em Atenas durante uma semana.

Bancos devem reabrir as portas no dia 7 de julho.

Pensionistas discutem com funcionário de uma agência do Banco Nacional da Grécia na Ilha de Creta, na Grécia, após o governo grego fechar os bancos até o dia 6; os caixas automáticos vão reabrir na terça-feira, mas os saques diários serão limitados a € 60 (Foto: Stefanos Rapanis/Reuters)





De G1.com
A decisão de Atenas de fechar a Bolsa e os bancos durante uma semana e de impor um controle de capitais provocava a queda dos mercados de todo o mundo, um dia antes de um possível default (suspensão de pagamentos) do país.
Antecipando a medida, os gregos fizeram nos últimos dias longas filas diante dos caixas eletrônicos para retirar dinheiro.
Em função disso, o transporte público será gratuito em Atenas durante uma semana para aliviar as dificuldades causadas pelo fechamento dos bancos e grande demanda de combustível, anunciou o ministro dos Transportes, Christos Spirtzis.
Os habitantes e os turistas poderão usar ônibus e metrô gratuitamente na capital do país e em sua periferia assim que a decisão for publicada no Diário Oficial na terça-feira.
A iniciativa será mantida até a próxima terça-feira, 7 de julho, dia em que, em princípio, os bancos devem reabrir suas portas.
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras anunciou no domingo a imposição de um controle de capitais e um feriado bancário temporário, ressaltando que a poupança, os salários e as aposentadorias dos cidadãos estão garantidos.
As medidas foram decretadas após a reunião de um comitê encarregado de reagir à crise financeira, para salvar o sistema financeiro do país, que corre o risco de sofrer uma onda de saques diante da possibilidade de moratória.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, declarou nesta segunda-feira sentir-se "traído" pelo fracasso das negociações entre a Grécia e seus credores, e lamentou que os esforços de última hora não tenham sido levados em consideração.
O governo grego não demorou a responder de forma enfática às declarações Juncker, colocando em dúvida sua "sinceridade" em relação às negociações.
"Um elemento essencial de boa fé e credibilidade em uma negociação é a sinceridade", indicou o porta-voz do Executivo, Gabriel Sakellaridis.
RESUMO DO CASO:

- A Grécia enfrenta uma forte crise econômica por ter gastado mais do que podia
- Essa dívida foi financiada por empréstimos do FMI e do resto da Europa
- Neste terça-feira, vence uma parcela de € 1,6 bilhão da dívida com o FMI, mas o país depende de recursos da Europa para conseguir fazer o pagamento
- Os europeus, no entanto, exigem que o país corte gastos e pensões para liberar os recursos
- No final de semana, o primeiro-ministro grego convocou um referendo para saber se os gregos concordam com as condições europeias para o empréstimo
- Como a crise ficou mais grave, os bancos ficarão fechados até sexta-feira para evitar que os gregos saquem tudo o que têm e quebrem as instituições
- Se a Grécia não pagar o FMI, entrará em "default", o que pode resultar na saída do país da zona do euro
- A saída não é automática e, se acontecer, pode demorar. Não existe um mecanismo de "expulsão" de um país da zona do euro. Um estudo aponta que essa possibilidade é de 60%.
- Se o calote realmente acontecer, a Grécia deve ser suspensa do Eurogrupo e do conselho do BC europeu.
- A Europa pressiona para que a Grécia aceite as condições e fique na região. Isso porque uma saída pode prejudicar a confiança do mundo na região e na moeda única.
- Para a Grécia, a saída do euro significa retomar o controle sobre sua política monetária (que hoje é "terceirizada" para o BC europeu), o que pode ajudar nas exportações, entre outras coisas, mas também deve fechar o país para a entrada de capital estrangeiro e agravar a crise econômica.



Pedido de calma
O primeiro-ministro Alexis Tsipras pediu calma à população. "A recusa do Eurogrupo de prolongar o programa de assistência à Grécia além do dia 30 de junho levou o Banco Central Europeu (BCE) a não aumentar a liquidez dos bancos gregos e obrigou o Banco da Grécia a ativar as medidas de fechamento temporário dos bancos e a limitar dos saques bancários", declarou Tsipras
Tsipras também disse no domingo que voltou a pedir à União Europeia e ao Banco Central Europeu uma extensão do programa de ajuda para o país, que foi rejeitada no sábado.
Segundo ele, o pedido foi feito "ao presidente do Conselho Europeu e aos 18 dirigentes dos Estados-membros, além do presidente do BCE, da Comissão e do Parlamento Europeu". O primeiro-ministro disse que "espera uma resposta imediata".
As medidas foram decretadas após a reunião de um comitê encarregado de reagir à crise financeira, para salvar o sistema financeiro do país, que corre o risco de sofrer uma onda de saques diante da possibilidade de moratória.
O Banco Central Europeu deu um alívio a Atenas neste domingo ao anunciar a manutenção do nível de fornecimento de liquidez com caráter de urgência para os bancos gregos, mas informou que não elevará o limite estabelecido para o sistema de financiamento de emergência.
As autoridades dos bancos centrais surpreenderam os inúmeros analistas que esperavam que o BCE interrompesse, neste domingo, os empréstimos de urgência, conhecidos como ELA, que no momento são a única fonte de financiamento dos bancos gregos e da economia do país.
Fora da Grécia, vários países, entre eles a Alemanha, recomendaram que seus cidadãos levem dinheiro em espécie se viajarem para a Grécia.

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