Pular para o conteúdo principal

Entenda por que o governo precisa fazer o ajuste fiscal em 2015


Para sair do vermelho, país começou a cortar gastos e aumentar impostos.
Medidas que impõem 'sacrifício' encontraram resistência no Congresso.

Taís LaportaDo G1, em São Paulo
Ministro Joaquim Levy em imagem de arquivo (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)Joaquim Levy conduz ajuste fiscal para governo
do vermelho (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)
No ano passado, o governo gastou bem mais do que arrecadou. Fechou no vermelho, criando o maior rombo nas contas públicas da história. Não sobrou dinheiro nem para pagar os juros da sua dívida – o chamado superávit primário – uma segurança de que o país não dará calote.
Os gastos do governo em 2014 subiram mais que o triplo das receitas – todo o dinheiro arrecadado com impostos e outras fontes. Pela primeira vez desde 2009, houve queda na arrecadação total de impostos. 
Na tentativa de tirar as contas do negativo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está conduzindo um ajuste fiscal que vai afetar diretamente os brasileiros. Entenda as razões para o governo precisar "apertar o cinto" neste ano:
 
AJUSTE FISCAL
Governo corta gastos e sobe impostos
Por que o governo gastou mais do que arrecadou?
Além das despesas maiores em ano eleitoral, a União precisou socorrer o setor energético, prejudicado pela falta de chuvas. Também pagou mais caro para segurar os reajustes na conta de luz e nos combustíveis, que só ocorreram este ano.
Além disso, a indústria e o comércio começaram a desaquecer – sinalizando para uma economia mais fraca –, e alguns setores passaram a pagar menos impostos, beneficiados pelas desonerações concedidas pelo governo. Tudo isso enxugou bastante as receitas com arrecadação, e a conta simplesmente não fechou.
Quais os efeitos do rombo nas contas públicas?
Alguns efeitos foram imediatos. A dívida bruta do país ficou maior: passou de 56,7% para 63,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas o problema vai além. Se o governo não conseguir colocar “a casa em ordem”, o país corre o risco de perder o chamado grau de investimento, um selo de qualidade para os investidores colocarem seu dinheiro no país.
Conquistado a duras penas em 2008, ele garante aos investidores estrangeiros que os juros pagos por aqui, por meio de títulos públicos e outros investimentos, compensam o risco de perder o capital aplicado com a instabilidade da economia no país.
Como o ajuste fiscal pode salvar as contas do governo?
Para tentar salvar as finanças em 2015, a presidente Dilma Rousseff convocou uma nova equipe econômica. O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, prometeu arrumar as contas públicas até o fim do ano. Criou a ambiciosa meta de um superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 66,3 bilhões para todo o setor público – estados, municípios e estatais.
Ele avisou que seriam necessários sacrifícios. O ajuste fiscal chegou a ser chamado de “saco de maldades”, mas Levy deixou claro que esse seria o único caminho para retomar o crescimento e evitar o pior.
Na prática, o “aperto” consiste em duas ações: cortar despesas do governo (como gastos da Previdência Social e o Orçamento da União, que cuida, por exemplo, da folha de pagamento dos servidores) e elevar a arrecadação (pelo aumento de impostos e demais receitas).
Quais medidas o governo adotou até agora?
O governo tenta emplacar medidas provisórias (MP) e projetos de lei para viabilizar o ajuste fiscal. Porém, enfrenta a resistência do Congresso na aprovação de algumas das propostas. No quinto mês do ano, o governo ainda não conseguiu viabilizar parte delas.
Os pontos mais polêmicos, rejeitados por boa parte dos parlamentares, tratam da menor desoneração da folha de pagamento de alguns setores – voltando atrás nas políticas de incentivo do governo –, e a redução de benefícios, que afeta contribuintes e assalariados.
fonte G1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Trabalhar com o que ama ou com o que dá dinheiro?

Habitualmente, a resposta é a própria pergunta. Trabalhe com o que ama, usufruindo de suas vocações e o dinheiro será a consequência. Se você ama sua carreira, já tem metade do que precisa profissionalmente. E considerar: talento, vocação, propósitos e valores; capacitar-se; ter equilíbrio emocional; encontrar oportunidades, estar pronto para assumi-las e as valorizar: mais 50%. É um todo matemático que torna grande a probabilidade de dar certo (alcançar lucros e rentabilidade). Porém sabemos que não é fácil. E ao falarmos de partes, metades e conjuntos, devemos somar, subtrair e pesar certos pontos. Precisamos pensar além do "habitual". Sonhos e decepções Desde criança somos condicionados a imaginar "o que queremos ser quando crescer". Os anos passam. Nos descobrimos, somos contagiados por experiências, vivências e contaminados bombardeadamente por responsabilidades. Tão explosivas às vezes, que acabamos adiando, atrasando e até mesmo, perdendo nossos sonhos ...

BC vê inflação menor em 2017 e cenário de corte mais intenso na Selic

O Banco Central passou a ver inflação menor em 2017, ainda mais abaixo do centro da meta oficial, e também deixou claro que vai fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte dos juros básicos diante da desinflação mais difundida. "A consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom", informou BC nesta quinta-feira ao publicar seu Relatório Trimestral de Inflação. Desde que iniciou o ciclo de afrouxamento, em outubro do ano passado, o BC já reduziu a Selic em 2 pontos percentuais, aos atuais 12,25 por cento ao ano. Foram dois cortes iniciais de 0,25 ponto e depois dois de 0,75 ponto. "Essa 'intensificação moderada' sinaliza que ele (BC) provavelmente está pensando num c...

Saiba a diferença entre corretoras de investimentos e bancos

Quando pensamos em começar a investir, as primeiras dúvidas que surgem são:  Como faço isso? Qual o melhor caminho? Converso com a gerente do meu banco ou procuro uma corretora? Respondendo a primeira pergunta, para começar a investir, é preciso contar com ajuda de um intermediário, que nada mais é do que alguém que pegue o dinheiro e coloque nos investimentos escolhidos. Quem pode fazer isto é o próprio banco, ao qual já é correntista, ou as corretoras. Uma corretora de investimentos nada mais é do uma ferramenta que vai apresentar mais alternativas porque possuem habilidades necessárias para identificar e buscar no mercado financeiro as melhores opções. Depois de apresentá-las ao interessado, aplicam a quantia em um fundo escolhido. Essas consultorias funcionam basicamente da mesma forma que os bancos, respeitam as mesmas regras, mas oferecem apenas produtos de investimentos, ou seja, não oferecem conta corrente, produtos de crédito, financiamento e etc. Começar a ...