Pular para o conteúdo principal

MUDANÇA NO PIS/COFINS DEVE DEMORAR

   A simplificação do PIS/Cofins, desejada e sugerida pelos empresários que se reuniram ao longo do ano com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não sairá do papel tão cedo. Prioritária para o governo, a mudança na forma de cobrança dos dois tributos deve ser anunciada apenas no fim do ano, ou mesmo em 2013. A ideia inicial da presidente era anunciar a nova sistemática de cobrança do PIS/Cofins no mesmo pacote de redução do preço da energia elétrica, mas nem a postergação do pacote - que só será divulgado após o feriado de 7 de Setembro - será capaz de acelerar os trabalhos da área econômica.
   O Ministério da Fazenda ainda não tem um projeto consolidado sobre o assunto. Considerados complexos por empresários e também pelo Palácio do Planalto, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) são responsáveis por grande parcela das disputas tributárias envolvendo empresas e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Na avaliação do Planalto, a desburocratização no recolhimento de impostos vai reduzir fortemente os custos produtivos no País. Mesmo sem anunciar a simplificação do PIS/Cofins, o governo deve reduzir a carga desses tributos na conta de luz. Os dois tributos respondem por 8,5% do preço final da energia elétrica no Brasil, e uma redução na alíquota de ambos já foi definida pelo governo. A redução do peso do PIS/Cofins sobre a conta de luz, no entanto, só terá efeito sobre o consumidor residencial - os grandes consumidores conseguem abater os tributos ao longo da cadeia produtiva.

Encargos.
   Além disso, a presidente Dilma deve anunciar também a extinção de pelo menos quatro encargos setoriais que incidem na conta de luz. São eles: a Reserva Global de Reversão (RGR), a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). Outros encargos podem, ainda, entrar na lista. No pacote, o governo vai transferir do consumidor de energia elétrica para o Tesouro Nacional o custeio desses encargos, cujos recursos têm destino carimbado, como o financiamento do programa Luz para Todos, que distribui energia elétrica de graça para moradores no meio rural.
   A definição quanto ao total que será cortado dos consumidores de energia elétrica será tomada apenas no início da próxima semana. Isso porque a equipe econômica também estuda, ao mesmo tempo, uma forma de ampliar o número de setores beneficiados com a desoneração da folha de pagamento. Os técnicos precisam garantir que a aplicação dos dois benefícios represente uma renúncia de receita que não prejudique a meta fiscal de 2013.

Investimentos. 
Todas as medidas preparadas só entrarão em vigor no próximo ano. Mas o governo espera, no entanto, que o anúncio do pacote de redução de preços da energia elétrica já seja suficiente para estimular empresários a ampliar os investimentos ainda no último trimestre de 2012. A lógica do governo é que, ao criar um cenário mais positivo para os investimentos em 2013, as companhias que têm planos de investir mas estão em compasso de espera coloquem o pé no acelerador. A renúncia fiscal embutida nas medidas já está prevista na conta de R$ 15,2 bilhões em desonerações tributárias que o governo prevê para 2013 na proposta orçamentária enviada ao Congresso Nacional na semana passada. 
Fonte: O Estado de São Paulo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Trabalhar com o que ama ou com o que dá dinheiro?

Habitualmente, a resposta é a própria pergunta. Trabalhe com o que ama, usufruindo de suas vocações e o dinheiro será a consequência. Se você ama sua carreira, já tem metade do que precisa profissionalmente. E considerar: talento, vocação, propósitos e valores; capacitar-se; ter equilíbrio emocional; encontrar oportunidades, estar pronto para assumi-las e as valorizar: mais 50%. É um todo matemático que torna grande a probabilidade de dar certo (alcançar lucros e rentabilidade). Porém sabemos que não é fácil. E ao falarmos de partes, metades e conjuntos, devemos somar, subtrair e pesar certos pontos. Precisamos pensar além do "habitual". Sonhos e decepções Desde criança somos condicionados a imaginar "o que queremos ser quando crescer". Os anos passam. Nos descobrimos, somos contagiados por experiências, vivências e contaminados bombardeadamente por responsabilidades. Tão explosivas às vezes, que acabamos adiando, atrasando e até mesmo, perdendo nossos sonhos ...

BC vê inflação menor em 2017 e cenário de corte mais intenso na Selic

O Banco Central passou a ver inflação menor em 2017, ainda mais abaixo do centro da meta oficial, e também deixou claro que vai fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte dos juros básicos diante da desinflação mais difundida. "A consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom", informou BC nesta quinta-feira ao publicar seu Relatório Trimestral de Inflação. Desde que iniciou o ciclo de afrouxamento, em outubro do ano passado, o BC já reduziu a Selic em 2 pontos percentuais, aos atuais 12,25 por cento ao ano. Foram dois cortes iniciais de 0,25 ponto e depois dois de 0,75 ponto. "Essa 'intensificação moderada' sinaliza que ele (BC) provavelmente está pensando num c...

Saiba a diferença entre corretoras de investimentos e bancos

Quando pensamos em começar a investir, as primeiras dúvidas que surgem são:  Como faço isso? Qual o melhor caminho? Converso com a gerente do meu banco ou procuro uma corretora? Respondendo a primeira pergunta, para começar a investir, é preciso contar com ajuda de um intermediário, que nada mais é do que alguém que pegue o dinheiro e coloque nos investimentos escolhidos. Quem pode fazer isto é o próprio banco, ao qual já é correntista, ou as corretoras. Uma corretora de investimentos nada mais é do uma ferramenta que vai apresentar mais alternativas porque possuem habilidades necessárias para identificar e buscar no mercado financeiro as melhores opções. Depois de apresentá-las ao interessado, aplicam a quantia em um fundo escolhido. Essas consultorias funcionam basicamente da mesma forma que os bancos, respeitam as mesmas regras, mas oferecem apenas produtos de investimentos, ou seja, não oferecem conta corrente, produtos de crédito, financiamento e etc. Começar a ...