O NUMERO DE EMPRESAS IMPORTADORAS CRESCE NO BRASIL: IMPORTADORES JÁ SÃO O DOBRO DOS EXPORTADORES

Em 2006, explica Castro, as estatísticas do MDIC mostram um aumento do número de exportadores. Essa elevação, porém, diz, deve ser creditada a uma mudança de critérios na contabilização das empresas que atuam no comércio exterior. Passaram a ser contabilizadas as empresas que fazem as operações comerciais por meio de entrega dos Correios. Além de um dólar desvalorizado, o que impulsiona as importações é o mercado interno altamente aquecido, o que alavanca desembarques não só de bens intermediários como de bens finais. "Quem não comprava do exterior passou a comprar", diz. Ao mesmo tempo, a valorização do real e os preços das commodities acentuam a tendência do país de ter maior concentração das vendas ao exterior em um número menor de exportadores. De 2008 para hoje decresceu o número de grandes exportadores. De janeiro a setembro de 2008 eram 747 empresas que vendiam ao exterior acima de US$ 20 milhões. Nos primeiros nove meses deste ano o volume caiu para 684 exportadores. No mesmo período a quantidade de importadores que compram acima de US$ 20 milhões subiu de 754 para 812.
André Sacconato, economista da Tendências Consultoria, acredita que o quadro atual revela condições altamente favoráveis às importações. Ele diz, porém, que as empresas exportadoras tendem a ter um porte maior. Isso se intensifica num ambiente de dólar desvalorizado, que só traz rentabilidade ao exportador que tem escala e competitividade. O resultado é a redução da quantidade de exportadores."É bom lembrar que quando olhamos para o fluxo comercial em termos de valores, o quadro não é esse", diz. A balança comercial, pondera Sacconato, ainda tem superávit e as perspectivas de exportação, diz, são favoráveis, levando em consideração as estimativas de crescimento da economia chinesa. De janeiro a setembro deste ano as importações brasileiras somaram US$ 132,2 bilhões enquanto as exportações acumularam US$ 144,9 bilhões. "A perspectiva para a venda de bens industrializados ainda não é tão boa em razão da recuperação lenta dos Estados Unidos e da União Europeia. Mas isso não acontece somente para o Brasil. Acontece para todos."
Fonte: Federasul
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